Há cerca de vinte 27 anos que tenho cuidado com aquilo que como. Apesar de a minha formação universitária não ter sido nesta área, sempre acompanhei o mundo da nutrição.
Li, pesquisei e analisei um número indeterminado de artigos ao longo destes anos, de modo que sou uma autodidata nesta área. E o mais complicado é que quanto mais estudo, mais dúvidas tenho.
Li, pesquisei e analisei um número indeterminado de artigos ao longo destes anos, de modo que sou uma autodidata nesta área. E o mais complicado é que quanto mais estudo, mais dúvidas tenho.
Tantos estudos científicos, tantos interesses económicos, tantas opiniões. Hoje um alimento é portador de grandes benefícios nutricionais, amanhã já é considerado um veneno.
Muitas vezes fiquei desiludida, rendida e outras vezes desconfiada enquanto consumidora e responsável por dar à minha família a melhor alimentação.
Muitas vezes fiquei desiludida, rendida e outras vezes desconfiada enquanto consumidora e responsável por dar à minha família a melhor alimentação.
É importante estarmos atualizados e informados relativamente àquilo com que somos bombardeados todos os dias, mas temos de ter cuidado, com mudanças drásticas alimentares que não conhecemos.
Todos sabemos que "Somos o que comemos" e que, obviamente, quanto mais naturais forem os alimentos, menos riscos nos trazem para a saúde.
Ainda muito jovem, por procurar comer alimentos naturais, biológicos, não processados, fui considerada um pouco excêntrica. Felizmente, hoje, cada vez mais pessoas alteram o seus comportamentos alimentares, onde a procura de uma vida mais saudável e a sustentabilidade do planeta é um objetivo a alcançar.
![]() |
A minha caricatura num livro de curso quando acabei a universidade |
Para quem gosta e acompanha o meu blog decidi partilhar um pouco daquilo que é o meu comportamento alimentar.
Na minha opinião, será difícil, algum dia, dizer que este ou aquele tipo de alimentação ou dieta é a mais saudável e que deve ser a mesma para todas as pessoas.
Tantas definições, algumas com características semelhantes outras tão distantes, que o cérebro, muitas vezes, fica confuso.
Vai perceber o que quero dizer...
Sabe a diferença entre natural, biológico e dietético?
Sendo biológica, parece-lhe mais saudável uma alimentação vegetariana, vegan ou com produtos de origem animal? Ou será preferível uma alimentação macrobiótica?
Mas afinal, em adulto, mesmo com tolerância à lactose, o leite deve ser ou não consumido?
O glúten é um veneno para quem tem doença celíaca, e quem não tem, correrá algum risco?
E as dietas temporárias qual a melhor? Eu disse temporária, porque ninguém consegue mantê-la por muito tempo. Ou porque as carências nutricionais se começam a manifestar, ou porque a energia está em baixo ou, ainda, por falta de motivação. Quer dizer que de nada serviu o sacrifício se volta a ficar como estava antes. Apesar da dificuldade em manter as dietas, algumas parecem muito interessantes e bem fundamentadas. Mas, é importante perceber que a melhor dieta é aquela que pode fazer sempre.
São tantos os fatores em torno do homem como: a genética, o seu metabolismo, as condições ambientais, a sua localização geográfica, a idade, o sexo, a sua atividade profissional...
É demasiadamente óbvio que um tipo de alimentação terá um efeito diferente de pessoa para pessoa.
Por termos uma alimentação muito variada e com mil e uma combinações, é difícil apontar, com toda a certeza, que este ou aquele alimento tem o poder de prevenir esta ou aquela doença. São tantos os fatores que podem alterar o poder nutricional de um alimento.
Quanto tempo, exatamente, deve ser cozinhado um alimento de forma a não perder nutrientes ou, ainda, de forma a potenciar outros?
Será que sabemos exatamente se outros alimentos ou condimentos (e em que quantidade) podem alterar a sua constituição e os seus benefícios?
Um mesmo alimento não é produzido da mesma forma em qualquer ponto do nosso planeta. Logo, podemos não estar a falar de um alimento exatamente igual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, tive de fazer opções relativamente as minhas escolhas alimentares. Acima de tudo, como não existe nenhuma verdade absoluta alimentar, sigo o Bom Senso.
São tantos os fatores em torno do homem como: a genética, o seu metabolismo, as condições ambientais, a sua localização geográfica, a idade, o sexo, a sua atividade profissional...
É demasiadamente óbvio que um tipo de alimentação terá um efeito diferente de pessoa para pessoa.
Por termos uma alimentação muito variada e com mil e uma combinações, é difícil apontar, com toda a certeza, que este ou aquele alimento tem o poder de prevenir esta ou aquela doença. São tantos os fatores que podem alterar o poder nutricional de um alimento.
Quanto tempo, exatamente, deve ser cozinhado um alimento de forma a não perder nutrientes ou, ainda, de forma a potenciar outros?
Será que sabemos exatamente se outros alimentos ou condimentos (e em que quantidade) podem alterar a sua constituição e os seus benefícios?
Um mesmo alimento não é produzido da mesma forma em qualquer ponto do nosso planeta. Logo, podemos não estar a falar de um alimento exatamente igual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, tive de fazer opções relativamente as minhas escolhas alimentares. Acima de tudo, como não existe nenhuma verdade absoluta alimentar, sigo o Bom Senso.
Em minha casa, nem todos são vegetarianos, por isso, umas refeições são vegans, outras vegetarianas e outras convencionais (só para alguns). No entanto, maioritariamente, são vegetarianas, fazendo uso de produtos de origem biológica, sempre que possível.
Num estudo da OMS, 99% do mais tóxico derivado de mercúrio, o metilmercúrio, é absorvido pela população através do peixe. O mesmo se verifica para outros metais pesados, como o cádmio e o chumbo. Sendo os peixes mais atingidos os que estão no topo da cadeia alimentar. Mas, é importante perceber que há diferenças relativamente ao local da captura do peixe.
Em minha casa consumimos pouco peixe. Apesar de ser uma grande fonte de omega-3 e proteínas, não percebo a necessidade do seu consumo diário.
Para quem gosta de peixe a melhor opção parece ser a cavala, a anchova e a sardinha. A verdade, é que os meus filhos não gostam destes peixes, sendo os da sua preferência, o atum, o salmão e a pescada. Sim, por serem predadores podem ter altos níveis de poluentes, para além das questões da extinção. Parece-me que a moderação é o caminho a seguir. Tenho a esperança, de um dia, os nossos filhos e netos, poderem vir a ter um mundo melhor, menos poluído, onde a pesca seja sustentável e os peixes livres de poluentes.
Não como carne vermelha e raramente como carne branca ( apenas, de forma pontual, por comodismo). Fui vegan durante muitos anos e voltarei a este tipo de alimentação em breve. Por opção, durante as gravidezes, introduzi alguns alimentos de origem animal de uma forma muito moderada.
As mulheres aqui de casa gostam de ver os animais no seu habitat natural. Os homens, de vez em quando, comem carne vermelha biológica. Como diz o meu marido "são animais mais felizes". Mas claro, por pouco tempo...
É importante perceber que a carne que se come numa parte do mundo pode ser completamente diferente daquela que se come noutra parte. Para além da questão de sustentabilidade, coloca-se a diferença entre matéria gorda e proteínas, tornando o número de calorias diferentes.
Muito se fala do cancro do cólon associado ao consumo de carne. É verdade que os grandes consumidores de carne, têm por hábito ter como acompanhamento outros alimentos ricos em gorduras saturadas, e a sua simpatia para com as fibras não é a melhor. Alguns estudos demonstram que uma parte da hemoglobina presente no sangue, poderá estar na origem do cancro, o que leva alguns povos como os israelitas a tirar o sangue antes de cozinhar a carne. Diversos estudos referem a importância do consumo de carne com legumes verdes, já que estes por terem um elevado teor de clorofila têm um grande poder desintoxicante. E ainda, a vantagem de que a associação com as fibras acelera o transito intestinal, diminuindo o tempo dos produtos tóxicos no organismo.
Com muita frequência, ouvimos " agora só como grelhados e cozidos" (algumas vezes por aconselhamento médico). Esta opção, provavelmente é mais saudável do que o comportamento alimentar que tinha antes, no entanto, para mim está longe do ideal. Os grelhados, diretamente na chama ou com partes mais queimadas, podem ser indutores de cancro, pela formação de hidrocarbonetos policíclicos. Chegado o verão, querendo comer grelhados, o vinho tinto ou o sumo de citrinos podem inibir os efeitos nefastos desses grelhados.
Quanto aos cozidos, para onde vai a água da cozedura cheia de nutrientes? A melhor opção, na minha opinião, será o cozimento a vapor e o uso de uma gordura como o óleo de coco que poderá evitar a formação de substancias cancerígenas. A libertação de sucos pelos alimentos frescos, combinado com o óleo de coco, impede a elevação da temperatura.
Uso uma wok em inox para cozinhar os vegetais, mas nunca com temperaturas elevadas, o que faz com que os vegetais cozam nos seus próprios sucos.
Os ovos fazem parte da minha alimentação e é um alimento muito completo e equilibrado. Este também não conseguiu escapar às acusações de ser o responsável pelo aumento do colesterol. Se os limites estão dentro dos valores de referência, haverá necessidade de se limitar demasiado o seu consumo? Umas vezes a gema é melhor que a clara outras vezes é o contrário. Muito pessoalmente, parece-me que uma completa a outra.
Dentro dos lacticínios o leite é consumido, com moderação, apenas, pelos meus filhos. Não me vou alargar muito relativamente ao leite, já que tenho disponível no blog um post sobre este tema. Os iogurtes por apresentarem probióticos, bactérias vivas capazes de degradar algumas substâncias perigosas, ajudam a estimular o sistema imunitário sendo o seu consumo recomendado. No entanto, numerosos estudos relacionam os lacticínios com o cancro da próstata. Penso que não haverá necessidade de os homens adultos correrem este risco, principalmente se existem casos na família.
O queijo também faz parte da nossa alimentação, preferindo sempre os com menos matéria gorda.
As alternativas ao leite são cada vez mais. Os sabores variam muito de marca para marca, dentro do mesmo tipo de bebida. Só tem uma forma de saber a que tem melhor sabor: experimentando...
![]() |
Leite biológico e algumas alternativas vegetais |
Habitualmente, uso os adoçantes apenas nas sobremesas, sendo os meus preferidos o açúcar de coco, a seiva de agave e de áçer, o mel e o açúcar mascavado. Relativamente aos edulcorantes artificiais tenho um ponto de vista muito radical, que é: nunca usar. Parece-me importante falar sobre o consumo regular de produtos light e 0%, por grávidas, diabéticos e adeptos de dietas de emagrecimento (já para não falar em crianças). Se não está incluído nestes grupos não tem porque consumir esses produtos, já que pode ultrapassar os limites diários de segurança para os edulcorantes artificiais. Parece-me mais razoável o uso de stevia que tem uma origem natural e tem 0% de calorias. No entanto, por ter um efeito adoçante muito elevado é necessário ter cuidado para não deixar os alimentos amargos.
![]() |
Os meus adoçantes, cremes para barrar e chás |
![]() |
As minhas especiarias e outros produtos alimentares |
As experiências científicas feitas na nossa cozinha e o efeito sentido no nosso corpo, ajudam-nos a saber que alimentos parecem poder ser associados e de que forma podem ser preparados.
A nossa intuição, é sem dúvida, a nossa grande aliada. É ela que nos deve guiar nas nossas escolhas.
Acima de tudo, todos os excessos devem ser evitados. E, pontualmente, podemos comer aquilo que nos apetece, sem peso na consciência, se isso nos dá prazer, já que os efeitos prejudiciais de um alimento só se fazem sentir quando consumidos de uma forma regular e por um longo período de tempo.
Esta é apenas um pouco da minha prática alimentar, baseada na minha experiência diária e com a qual eu e a minha família nos sentimos muito bem.
Para quem lê os meus artigos fica o respeito pela sua capacidade crítica e o alerta para analisar por si próprio o porquê das coisas. Bom Senso é, sem dúvida, o nosso melhor guia!
Acredito que a genética tem um grande peso sobre a nossa saúde ( talvez o maior), no entanto, a vida que levamos e o que comemos pode despertar os nossos genes para o melhor ou para o pior.
Só a nós, que temos a sorte de poder escolher o que vai parar à nossa mesa, cabe a decisão de viver em pleno ou de nos deixarmos arrastar pela doença.
Para terminar, parece-me importante variar os alimentos, os "venenos" e as marcas.
Não habitue o seu corpo sempre ao mesmo.
Fique bem!
Sem comentários:
Enviar um comentário